quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Fenómenos fabulosos!!!


Estamos na época dos doces no oceano Indico e no hemisfério sul. Nesta fotografia fabulosa podemos encontrar três camadas de chantilly bem diferentes.
A baixa altitude, stratocumulus, cobrindo dois terços da imagem, enrolando-se em espirais cremosas, criadas por corrente ascendentes, mostrando no seu topo um branco puro - gelo!
De seguida vêem-se os stratus, organizados em bandas luminosas e paralelas.
Por último, a grande altitude (á direita da foto) alguns cirrus que projectam a sua sombra nas camadas inferiores.
Um arranjo digno do melhor pasteleiro francês!



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Mini barco, Grande Marinheiro, parte II



No seguimento da publicação de 01 de Outubro de 2011 do Lais de Guia, Mini barco, Grande Marinheiro, este jovem sueco de nome Sven Lundin, nos seus 72 anos, acabou de chegar á Martinique, 45 dias depois de sair (12/10/2011 - data da partida) de Porto Santo nos Açores.
Durante a travessia, no seu ketch de 4,8 metros, a uma velocidade média de 2,65 nós, acabou por ocupar o tempo a desenhar os planos para o seu próximo barco, no qual tenciona regressar.
Trata-se de uma embarcação semelhante, mas desta vez com 5,8 metros. Não resistiu á tentação de por um metro mais.....

Volvo Ocean Race - 2ª perna

Começou hoje a segunda perna, Cape Town a Abu Dhabi, da Volvo Ocean Race, já com as seis equipes de novo em jogo.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Bloqueador de cabos em textil. Inovador!


Apresentado no Salão Náutico de Paris, a decorrer neste mês, este sistema para bloquear cabos surpreendeu tudo e todos. Na verdade não é inovador, apenas adaptado á vela de um sistema usado em obras para bloquear grandes cabos de aço inoxidável.
O principio de funcionamento é muito simples, o cabo passa dentro de uma bainha e funciona como um travão controlado. Na verdade quando a bainha é esticada ele bloqueia, quando folgada ele permite a livre  passagem do cabo.
Naturalmente requer habituação no manuseamento do sistema, bloquear ou abrir, com a bola que se encontra na ponta do cabo tensor, cabo este em dyeenema.
O resultado tem bastantes vantagens, cerca de 3 vezes mais leve que os bloqueadores tradicionais (pianos e mordentes), muito fácil de abrir sobe carga (embora não é recomendado de todo com qualquer bloqueador), suave de ajustar, cargas de trabalho 3 a 4 vezes superiores ás suportadas pelos bloqueadores tradicionais, montagem em pontos da embarcação até aqui impossíveis de instalar um bloqueador.
Desenvolvido pelo fabricante de cabos francês Coussin Trestec, www.cousin-trestec.com, estará no mercado em 2012 numa versão de pequena carga, até 1.000 kg, esperando de seguida o lançamento das versão para cargas pesadas e muito pesadas. Numa primeira fase direccionado para a competição.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Veleiro com motor eléctrico.


Recebi esta informação por um grande amigo e não quero de deixar de a partilhar.
Parece-me ser um conceito muito interessante em termos de futuro. Ainda com algumas questões por provar, na produção de energia, a sua armazenagem, comportamento do motor com mar, entre outras, mas não deixa de ser interessante.
Sobre um Hunter 36, criaram o Hunter e36, ecologico!
Em pareceria com a Elco, especialistas em motorizações eléctricas, anunciam navegações a motor silenciosas e uma autonomia 2,5 superior ao diesel!
A produção de energia eléctrica baseada em fotovoltaico, eólico e gerador diesel (...).
Ver os links abaixo.

VER O HUNTER 36

VER O HUNTER e36


sábado, 3 de dezembro de 2011

Travessia do Atlântico de Jeep!!!!


Recebi este post do meu amigo CV e partilho aqui.

Sem rádio. Sem GPS. Sem mastro. 
De Jeep atravessaram o Atlântico no verão de 1950 tocaram a Ilha da Madeira e desembarcaram em África e continuaram.

O Mar está cheio de aventureiros uns vivos outros mortos, nada de novo.

Half-Safe: Across the Atlantic by Jeep


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Meteorologia de precisão...

A pedido de várias familias, aqui fica a mais antiga e eficaz estação meteorologica!


pedra molhada = chuva
pedra seca = tempo seco
sombra no chão = ensolarado
branco no topo = nevando
não consegue ver a pedra = nevoeiro
pedra balançando = vento
pulando pra cima e pra baixo = terremoto
pedra não está = tornado

Kraver Jaws


Uma solução interessante apresentada pela Karver System para caçar e folgar escotas. Fechando a mão cerra os mordentes e bloqueia a escota, abrindo a mão folga e liberta a escota. Excelente para o controlo das escotas da velas grande e spinnaker.
Vale a pena dar uma vista no sitio do fabricante: Karver System


Roll clouds

Rolex Sidney.
Reparem no tamanho do veleiro..... mete respeito!


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tempestade!



Raro e terrível! A tempestade que está a assolar a Russia, o estreito de Behring e o Alaska, desde o 8-9 de Novembro, criou ventos de 60 nós, rajadas de 80 e uma subida de 3 metros do nível do mar - a pressão atmosférica caiu até aos 945 hPa.
Este turbilhão, cujo o centro está carregado de uma massa de ar frio e não quente, formou-se quando um fluxo de ar quente e húmido, vindo do Pacifico, se encontrou com uma massa de ar frio siberiana.
Trata-se do fenomeno meteorologico, naquela região, mais violento dos últimos 40 anos.

Famílias dos ventos



Alísios ou Alíseos - ventos regulares que durante o ano sopram regularmente de NE no hemisfério Norte e do SE no do Sul. A partir dos 30º vão diminuindo de intensidade em direcção ao Equador até se extinguirem formando aí a zona de calmarias equatoriais.

Aracati - nome que dão no Ceará a um vento forte que no verão sopra de nordeste.

Aura - brisa ligeira ou vento muito brando.

Austro - o vento do Sul.

Bora - vento seco e frio do NE que sopra na parte Norte do Adriático, sobretudo durante o Inverno.

Bóreas - o vento do Norte. (irmão de Notos e Zéfiro na mit. grega)

Brisa - nome que os pescadores do bacalhau davam ao vento fresco. Na costa sul da Madeira são os ventos do quadrante E ou de E a NE.

Camacheiro - vento que sopra em rajadas fortes de N ou NE na Madeira.

Carpinteiro da Costa - temível vento sueste que sopra na costa nordeste do Brasil

Chamsin - aportuguesamento de khamsin com que os árabes designam os ventos, carregados de areia finíssima, que sopram dos desertos nas próximidades do Mar Vermelho.

Ciclone - grandes massas de ar animadas de grande velocidade de rotação formadas nas zonas tropicais. No centro do ciclone existe uma zona de calmas. O sentido de rotação no hemisfério Norte é directo sendo retrógrado no hemisfério Sul. A sua trajectória é parabólica e na direcção de latitudes mais elevadas, pelo que nunca salta de hemisfério.

Furacão - vento repentino e impetuoso de origem ciclónica.

Garbino - vento que sopra de Sudoeste.

Garroa - nome dado ao vento fresco de Sudoeste na região de Setúbal. Os pescadores da região de Moçâmedes aplicam também o mesmo nome ao vento rijo também de Sudoeste.

Gravana - Vento fresco que sopra do sul ao sudoeste no Golfo da Guiné.

Greco ou Gregal - vento que sopra da Grécia ou do Nordeste.

Harmatão - vento muito quente e seco, o qual, de Dezembro a Fevereiro sopra do NE da costa ocidental da África.

Lariço - vento bonançoso que sopra na baía de Cascais.

Lestada - vento que sopra forte de Leste.

Levante - vento quente e seco que sopra de Leste no Mediterrâneo e se faz sentir no Algarve principalmente durante o Verão.

Maestro - vento do quadrante de Noroeste.

Mareiro - vento que sopra do mar para terra.

Mata-vacas - nome que nos Açores dão ao vento Nordeste.

Minuano - vento oeste frio do Sul do Brasil, que costuma soprar com violência depois da chuva, no inverno. Vem dos Andes e passa pela antiga zona dos índios Minuanos, de quem tomou o nome.

Mistral - vento seco e frio dos quadrantes do Norte que sopra no Sul de França. Faz-se sentir entre esta região, as Baleares e a Córsega.

Monção - vento periódico soprando por largo período de tempo nas regiões do Oceano Índico. A Monção de Verão sopra de SW de Abril a Outubro acompanhada de grandes chuvadas, sendo também conhecida por estação das chuvas. A mudança da direcção do vento, que passa a NE de Outubro a Abril, anuncia a Monção de Inverno.

Naulu - vento que sopra contrário ao vento Ukiukiu na ilha de Maui no Havai

Nortada - vento forte do Norte ou de direccções próximas, que sopra na costa portuguesa especialmente durante o Verão.

Notos - vento Sul. (irmão de Bóreas e Zéfiro na mit. grega).

Pampeiro - vento sudoeste violento que sopra na costa Brasileira e Argentina, acompanhado de chuvas, cuja duração pode ir de 6 a 26 horas.

Ponente ou Poente - vento de oeste.

Ponteiro - vento que sopra de proa.

Puelche - Ventos que atravessam a Patagónia argentina vindos do Atlântico que ao chegarem ao litoral chileno chocam com os ventos do Pacífico viram para Norte com rajadas geladas.

Rabanada - Rajada ou Pé de Vento.

Rafa - Rajada de Vento.

Rajada - vento que de quando em quando sopra com maior intensidade.

RefregaRefega ou Rafega - vento forte de fraca duração, menos forte que a rajada.

Repiquete - salto de vento para outro rumo.

Salvante - vento favorável.

Samatra - temporal violento e normalmente de fraca duração que se levanta no estreito de Malaca vindo de Samatra.

Setentrião - vento que sopra do Norte.

Simum - vento ciclónico do Sahara que se faz sentir na parte oriental do Mediterrâneo, vindo de Sul a Sudoeste.

Siroco - vento quente, asfixiante e empoeirado de SE que sopra na região do Mediterrâneo, especialmente na Itália, Sicília, Malta e Grécia. Vindo do Norte de África, com origem no deserto do Sara, aparece durante a Primavera e Verão.

Suão ou Soão - vento quente e calmoso soprando entre leste e sueste.

Suestada - vento forte de Sudeste. Nome que dão a um temporal, geralmente pouco duradouro, na Terra-Nova.

Terral - vento que sopra de terra para o mar durante a noite até pouco depois do nascer do Sol.

Tornado - Tempestade ciclónica não excedendo em geral uma hora. Forma-se com mais frequência de meados de Maio a meados de Novembro na costa ocidental de África, entre o Trópico de Câncer e o Equador.

Tramontana - vento que sopra de Norte.

Travessão - vento que sopra de través.

Tufão - tempestade ciclónica no Mar da China, com grandes mares levantados por ventos de enorme violência. Formados geralmente na região das Carolinas e Marianas.

Ukiukiu - vento alíseo de Nordeste que sopra no Havai na ilha de Maui

Vara - Temporal de duração curta.

Vara do Coromandel - Vento fresco do quadrante leste que sopra no equinócio do Outouno na costa do Coromandel na Índia.

Vendaval - vento do Sul. Também um vento forte com pesados aguaceiros e mar alteroso.

"Vento Porão" - também conhecido por "Vento Auxiliar". A direcção e intensidade deste "vento" depende da direcção imprimida pelo leme à embarcação e da potência do motor instalado no porão...

Viração - Vento fraco que sopra do mar para terra depois do meio-dia até ao pôr-do-sol até cerca de 20 milhas da costa.

Xarouco - vento terral.

Zéfiro ou Zephyrus - vento suave e fresco de Oeste. (irmão de Bóreas e Notos na mit. grega) 

domingo, 27 de novembro de 2011

Pé de Vento e o corso....

Obrigado meus queridos amigos :-))


Grande tripulação do Pé de Vento!

Chegada ao Mindelo.


Global Ocean Race

Primeira perna, Palma de Mallorca / Cape Town, 7.800 milhas náuticas com Class 40...


Pé de Vento - Info 27/11/2011


Com se devem lembrar, esta fotografia foi tirada e publicada no dia da partida destes dois marinheiros para Cabo Verde!
O Pé de Vento chegou bem ao Mindelo, no dia de hoje pelas 12:30, e a sua tripulação encontra-se em forma.
Aguardo alguns apontamentos fotográficos desta chegada para publicação.
No dia de ontem, contrariamente ao previsto, não ficaram em Preguiça, acabaram por ir para o Tarrafal, onde jantaram em terra, finalmente, uma bela refeição.
Excelentemente recebidos pelas gentes do Tarrafal, descansaram e programaram a saída de forma a chegar de dia ao Mindelo.
A ultima fase da viagem aconteceu sem incidentes dignos de registo. Apenas de salientar que desde ontem os telemoveis funcionam o que foi uma alegria a bordo, contactando familiares a amigos. Sentimos a alegria a bordo!
Aconteceram as formalidades legais e de marina da praxe no Mindelo e estão neste momento em terra a desfrutar desta linda ilha de Cabo Verde.
Os dias que se seguem reservam-se a intervenções de manutenção da embarcação, bem como a preparação desta para a sua hibernação e aguardar a segunda perna desta viagem, lá para Maio, até Ponta Delgada, nos Açores.
Foram percorridas 2.971,03 milhas náuticas, com uma média geral de 5,64 nós.
O Lais de Guia voltará com as prometidas fotos e fará o seguimento das próximas pernas.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 25/11/2011



TERRA Á VISTA....
Terra á vista.... pelas 15:45 GMT foi içada a bandeira de Cabo Verde, abandonando as águas internacionais, já com Santiago á vista!
O andamento tem sido muito bom, com médias a melhorarem com um vento de Este com cerca de 20 nós.
A navegar com o pano rizado estão a fazer médias estonteantes...
A confirmar mas acredito que no dia de hoje temos um recorde de singradura :-)
A vaga manteve-se e consequentemente a água por todo o barco, debaixo da quilha e por cima do mastro...
Já com terra por perto e para evitar a chegada ao Mindelo de noite, provavelmente haverá uma paragem na Preguiça, ilha de S. Nicolau, para nada mais nada menos uma sessão de preguiça, por o pé em terra, uns bifes e claro está umas merecidas imperiais.
De manhã seguiram para o Mindelo, depois de uma noite descansada em porto de abrigo.
No ultimo contacto de hoje, já com rede normal de telemóvel, apresar de todas as dificuldades, vivia-se um ambiente a bordo como nunca presenciei ao longo desta viagem! Muita alegria.
O ultimo registo de rateio é das 23:59.
Até esta hora foram percorridas no dia de hoje 226 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2.817.



Pé de Vento - Info 24/11/2011


Os nossos tripulantes mantém a animação e estão fixados na chegada. Sem margem para duvida que lhes está a trazer muita energia esta ideia.
A vaga continua a varrer o convés, mantendo tudo molhado a bordo.
A escala na Praia para abastecimento de combustível está posta de parte e rumam directos ao Mindelo.
Ficou definida a aproximação ao canal de entrada, S. Vincente / Santiago, seria por norte.
Mesmo com o vento de popa e constantes acertos de rota, as medias mantêm-se dentro do previsto.
O ultimo registo de rasteio é das 16:22....
Até essa hora foram percorridas no dia de hoje 113 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2.615.


O Homem do Leme


Hoje em conversa com um grande amigo, veio á baila a estátua do Homem do Leme, escultura de Américo Gomes, 1934, na Foz na cidade do Porto.
Avivou-me memórias de infancia, brinquei muito aos pés desta estátua!

A maqueta da estátua encontra-se no Museu de Ílhavo e deixo algumas palavras do seu Director a este proposito.


“… o ulterior destino, em hora feliz proporcionado à maquette do “Homem do Leme”, cujo expressivo realismo fortemente me impressionou, desde que na Exposição Colonial do Porto tive ensejo de admirar tão equilibrada composição escultórica, veio pôr em evidência as reais e extraordinárias qualidades de observação e a técnica apurada do seu consciencioso autor.
Na verdade, pensado para simbolizar o esforço consciente e tenaz das navegações portuguesas e realizado expressamente para a vasta nave do Palácio de Cristal, o “Homem do Leme”, na salinha aconchegada do Museu Municipal de Ílhavo, onde veio encontrar carinhoso e seguro abrigo, nem destoa pelo inevitável contraste das suas dimensões nem corre o perigo de deixar incompreendido o pensamento que o inspirou.
Direi mais: no Museu de Ílhavo em que à Etnografia marítima é dispensado particular acolhimento, onde cada objecto nos evoca o Oceano e o trabalho árduo e ignorado do nosso marinheiro, a realização do Artista valoriza-se com o especial ambiente que a cerca; a atitude daquela figura rude, meramente simbólica na sua origem, humaniza-se mais e adquire agora maior compreensão: ganha em naturalidade o que, porventura, possa perder em valor de símbolo colocada neste meio, todo ele de evocação marítima também.
Desde a máscara enrugada pelo vento cortante de largos mares, fronte contraída dominando a emoção, atenção concentrada no horizonte distante, procurando divisar a linha da costa, até o oleado e o sueste por aquele corpo envergados, tudo se transmudou ali no marinheiro ilhavense que não receia desafiar as porcelas medonhas nem as vagas alterosas dos mais longínquos mares do globo, onde a vida de tantos tem sido o preço da heróica aventura constantemente renovada.
Como a bordo dos humildes veleiros de Ílhavo, parece também que os nossos ouvidos ouvem bradar:
“ – Seja louvado e adorado Nosso Senhor Jesus Cristo! Leva a cima, ó Senhores do quarto, olha a quem toca o leme e a vigia!”,que tal é o tradicional chamamento do quarto, à voz do qual o “Homem do Leme” se encaminha ao seu posto de confiança e ao mesmo tempo de provação e sacrifício por toda a tripulação.
-“Seja louvado e adorado Nosso Senhor Jesus Cristo”, pronuncia ele ainda ao chegar junto do camarada que vai render.
E logo se descobre, se o tempo o permite, faz o sinal da cruz que o verdadeiro homem do mar jamais esquece, e recebe o leme das mãos enregeladas que o precederam, ouvindo em resposta à sua secular saudação, a breve e sentida fórmula, igualmente consagrada por milhares de cruzeiros dos navegadores de Portugal – “ Para sempre seja bendito!”
Na religiosidade do momento sem par, um arrepio de emoção sincera passa naqueles dois homens fortes, em pleno alto mar, em face de Deus e do mistério insondável das águas.
Tudo isto, com particular felicidade, a escultura de Américo Gomes evoca, e eu sinceramente rejubilo por ver a expressiva obra de arte no Museu da minha terra natal - glorificação do trabalho do mar, para quem o souber compreender que organizei e que tenho a honra de dirigir.
O Artista, procurando um símbolo de ordem geral que consubstanciasse a própria vida marítima, realizou afinal, a plasticização do marinheiro de Ílhavo, que sulca todos os mares, intemerato, e tripula todos os navios.
Na Arte como na Vida ! “

António Gomes da Rocha Madail
(Director do Museu Municipal de Ílhavo )



O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa
In Mensage

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Volvo Ocean Race - Puma


Depois de desmastrar na passada segunda-feira, o VO70 da Puma está a caminho de Tristão da Cunha onde será carregado num barco com destino a Cape Tow. estão a navegar com um velame improvisado e a motor. Claro está que as reservas de combustível destas embarcações é muito limitada. Sorte! O porta contentores Zim Monaco, com os seus 257 metros, acedeu a parar (!) para fazer de estação de serviço em pleno oceano... Forneceu uma serie de jerrycans com combustível que foram entregues no Puma com a ajuda de cordas!

Pé de Vento - Info 23/11/2011


O tempo tem dado algum descanso ao nosso pessoal o que naturalmente ajuda animar o moral e permitiu que a pesca acontece-se de novo. Já lá vão mais dois dourados. Muito peixe fresco para a rapaziada!
Para variar a dieta de tanto peixe, a janta de hoje foi para o borrego, comida liofilizada.
Do nosso contacto de hoje, a tripulação mostrou-se muito animada, sente-se claramente influencia, no estado de espirito, criado pela aproximação da chegada ao destino.
Este mortal é excelente para os ajudar nesta ponta final, que sem margem para duvidas a mais difícil de toda a viagem. Quer pelo cansaço, quer pelo vento forte, quer pela direcção do vento, quer pela vaga, quer pela chuva, quer pelo calor, quer pela humidade na cabine, quer por algum cheiro a gasóleo (dos abastecimentos), enfim tudo contra. Como disse o nosso CV, vão-se fazer marinheiros nesta ponta final.
A navegação não está a ser fácil, mantém-se a bolina cerrada, no dia de hoje sem apoio de motor, mas notando-se a quebra no andamento. No entanto, ainda dentro das singraduras previstas para a viagem.
O ultimo registo de rasteio e das 20:50.
Até esta hora e no dia de hoje foram percorridas 108 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2.503.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 22/11/2011


A noite passada o vento caiu. Foi bom, pois permitiu aos nossos tripulantes um bom descanso. Dormiram bem e umas boas horas, tendo recuperado bastante do cansaço.
Durante o dia o vento não foi o melhor, obrigando a bolinas cerradas com apoio de motor e a constantes correcções de rota. Fez-se sentir uma quebra no andamento a que nos tem habituado.
As nossas conversas de hoje foram animadas, mostrando os dois uma boa disposição que ja sentia alguma falta.
Caminhamos a passos largos para o final desta primeira perna.
O ultimo registo de rasteio é das 23:59.
Até esta hora e no dia de hoje foram percorridas 116 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2.394.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 21/11/2011


Pois acredito que este fosse o aspecto do António ao ver o que se aproximava....
Na verdade o Pé de Vento navega entre uma depressão e uma alta pressão, bem no limiar das duas, graças ao nosso homem da meteorologia, Capitão Vingança, que nos tem guiado no rumo certo por entre estas massas brutais geradas pela mãe natureza, com um inigualável savoir faire.
No entanto, não deixa de haver marcas.
A mais positiva é sem duvida o regresso do animo forte e combativo da tripulação consequente da luta que tem de travar com estas adversidades do mar. Estão os dois muito mais animados!
Transcrevo na parte que interessa um correio do nosso Capitão Vingança sobre o que se passa neste momento, como segue:

QUOTE

A noite foi bastante dura com ventos de 30 a 35 knots. E agora a pressão está a estabilizar a 1013 milibares com possível subida a noite para 1016 mlb mais uma “Porrada” nada que o “Pé de vento” não suporte.
Os ventos como é de esperar agora é sempre da mesma direcção N ou NNE e na sua aproximação serão sempre bastantes fortes.
As líricas navegações de balão magico acabaram.
Agora é a realidade, estas cerca de 800 n/m vão fazer de uma propagandeada velejada nos trópicos numa realidade que fará deles marinheiros.
Possivelmente jamais iram em fantasias de marinheiros de bar, pois agora estão encarando a realidade da qual vão sair vencedores.
Ainda bem que o Saraiva Lima “Desinfectou” com os seus rituais a embarcação.
Têm a minha palavra.

João E. F. da Costa
(Capitão Vingança)
 UNQUOTE

Um bem haja Capitão.

Na verdade eles estão bem, naturalmente que este tempo além do ventos de 30 a 35 nós, trás consigo, vaga, chuva e muita, mas muita água. Como acontece muito nestas viagem, está a tornar-se o que vulgarmente chamamos uma viagem molhada... acabou a roupa seca, acabou a cabine seca, acabou o colchão seco, sempre muita e muita água!
Como diz o nosso Capitão, os nossos homens vão se fazer marinheiros.
A alimentação nestas condições não é tarefa fácil. as refeições de hoje foram na base de massas chinesas pré preparadas, as velhas noodles, e que mais uma vez são um caso serio as conseguir fazer chegar á boca sem espalhar tudo pelo chão.
Amanhã parece, que neste ambiente, vamos ter uma sessão de grande limpeza a bordo, muito terapeutico para o estado de espirito.
As condições meteorológicas obrigam á recolha do pano, mesmo assim navegam a médias muito perto dos onzes nós!
Com cerca de 500 milhas náuticas por percorrer e a manter-se este cenário meteorologico, que tudo o indica, contamos com a chegada deles lá para dia 26 ou 27 do corrente. Apenas uma previsão lata.
O ultimo registo de rasteio é das 21:17.
Até esta hora e no dia de hoje foram percorridas cerca de 110 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2.279.


Mar revolto!

Isto é mar de verdade. Obrigado ZD :-)

MAR REVOLTO

domingo, 20 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 20/11/2011


Dificuldades com os acessos á internet não permitiram por no ar a informação do Pé de Vento no dia de ontem.
Reposta a normalidade, voltamos ás nossas crónicas.
Faz cerca de 48 horas as comunicações com o Pé de Vento tem sido muito complicadas. A ligação satélite está com uma qualidade muito fraca. De forma que as poucas conversas com alguma qualidade tem se centrado na discussão de alguns aspectos técnicos, pouco relevantes para estas crónicas.
Na verdade a tripulação está bem, mas deixa transparecer algum e natural cansaço de 15 dias seguidos de mar. Sente-se a ansia de chegar.
O vento reduziu consideravelmente, baixando as médias que nos vinham habituando, mesmo com o apoio do incansável Yanmar.
Nota-se claramente o final dos alisios e da corrente favorável.
Podemos apontar para, ainda com alguma margem de erro, uma chegada dentro de 5 a 6 dias, a confirmar nos próximos dias com a avaliação das milhas realmente percorridas.
O ultimo registo de rasteio é das 19:07.
Até esta hora e no dia de hoje foram percorridas cerca de 116 milhas náuticas e um total desde Luanda de 2,168.




sábado, 19 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 18/11/2011


Pesca, outra dor de cabeça. Pescar um dourado a 7 nós torna-se uma missão difícil! Se o peixe for crescido, é impossível. A cana vacilou, partiu e lá se foi peixe e cana. Tem mais a bordo...
Mais um dia sem peixe fresco, mas comeram bem.
A luta com a vaga e com algum cansaço que se faz sentir, o dia de hoje foi fertil na perda de alguns utensilios de cozinha e lá se foram panelas e tacho borda fora... Felizmente que num transatlântico como o Pé de Vento, esta palamenta de cozinha, mais uma privada directamente para o Brasil, é redondante e há mais a bordo. Na verdade verdadinha, acredito mais na ideia de largar peso para andar mais.... com aqueles dois, nunca se sabe!
Um pequeno á parte para o falar do nosso amigo Zé Alves-Pereira que ontem em Salvador, Brasil, numa saída com o seu trimaran, um Dragon Fly 35, com ventos de 47 nós teve alguns estragos na sua embarcação. Felizmente em porto seguro, ele encontra-se bem.
Quanto ás previsões de chegada e tendo e linha de conta que as agências de viagem se encontram fechadas ao fim-de-semana, vamos deixar isso para domingo!
O ultimo registo de rasteio é das 21:14.
Até esta hora e no dia de hoje foram percorridas cerca de 157 milhas náuticas e um total desde Luanda de 1.989.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Uma das melhores fotos do ano!

Tirada pelo fotografo Guilan Grenier durante a regata Transat Jacques Vabres 2011.


Pé de Vento - Info 17/11/2011


Pois o equador ficou para além da popa do Pé de Vento, como foi assinalado esta madrugada no Lais.
As praxes foram cumpridas, com as oferendas ao Rei Neptuno, uma boa champanhoca e uma forte emoção pelo momento vivido.
Com a tripulação em forma, o Pé de Vento navega á vela a uma velocidade média de 7 nós, mantendo o parasail pelo terceiro dia consecutivo no ar.
Os ventos que voltaram e uma corrente a 270ª a empurrar o barco e a ajudar a orçar, coloca-os na rota certa para o Mindelo. 
Prevemos no dia de amanhã poder começar a apontar intervalos mais certos para a data de chegada. Acertam-se os preparativos para a comissão de boas vindas.
As performance que estão a fazer não se coadunam com a pesca, pelo que as refeições voltaram aos enlatados em prol das milhas percorridas.
Depois do jantar, no poço, foram rodeados por golfinhos, deixando longos rastos fosforescentes ao longo e por de baixo do Pé de Vento, um bonito espectáculo. Uma boa companhia, um bom prenuncio. 
O ultimo registo de rasteio é das 21:13.
Até esta hora foram percorridas cerca de 150 milhas náuticas e um total desde Luanda de 1.833.



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

É simplesmente lindo!

Pé de Vento - Linha do Equador

Apenas uma apontamento para informar que já se encontram a navegar no Atlantico Norte.
A passagem da linha do Equador teve lugar pelas 01:29 GMT.
Amanhã mais detalhes da festa a bordo.
O Rei Neptuno não consegui aparecer, andava por outras paragens a comer sushi e sashimi... Claro, muito saké, ficou por lá!



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 16/11/2011


Aqui, pensavam olhando no horizonte, Cabo Verde? Será possível? E não é que foi mesmo....
Bem, o nosso atraso com a publicação de hoje deveu-se á falta de energia que caracteriza a cidade de Luanda! Mal de nós se o acompanhamento desta viagem estivesse pendente dessa dita energia :-)
Na verdade espera deveu-se a uma tentativa de publicar em directo, ao vivo e cores, private joke, a boa nova de que o Pé de Vento já navegava no Atlantico Norte. Infelizmente a tão aguardada passagem pelo equador apenas terá lugar dentro de uma hora, pelo que já será registada na publicação de amanhã.
Garantido de que o Rei Neptuno reserva algumas surpresas para estes estreantes nesta passagem!
Tudo decorre com grande normalidade.
O barco foi abastecido de combustível, numa estação de serviço da Sonangol, e a surpresa foi agradável o nosso Yanmar anda a beber pouco, desde a saída de Luanda gastou apenas 25 litros. Estamos bem para o periodo de calmaria.
Na verdade, depois da loucura, que foi aproveitada pela tripulação de uma forma exemplar para ganhar  milhas, entraram no buraco! O vento foi embora. Aguarda-os umas milhas a motor.
A alimentação aconteceu... enfim o António cozinhou! Assim, não desenvolvo mais o tema. Feijão á qualquer coisa, salsichas, enchidos e outras carnes... Estamos mesmo a ver. Serviu para matar a fome.
O ultimo registo de rasteio é das 22:00.
Até esta hora foram percorridas no dia de hoje cerca de 158 milhas náuticas e um total desde Luanda de 1,682.


Pé de Vento - Aviso á navegação....

Meus caros amigos, neste momento o Pé de Vento, está a fazer, desde as 02:00, média de 11,24 nós.
A surfar!
Como podem ver no registo que acabei de retirar, estão a andar no mesmo patamar de qualquer um dos barcos da Ocean Volvo Race....
Grande Pé de Vento, GRANDE TRIPULAÇÃO!


Jacques Vabre / Volvo Ocean Race, inicio catastrófico

Desmastragem, perda de quilhas, cascos partidos, lemes avariados, entre outros, é o balanço do inicio da transatlantica Jacques Vabre e Volvo Ocean Race, marcado por uma serie de desistências.


Jacques Vabre
Bernard Stamm e Jeff Cuzon na balsa salvavidas á espera de serem resgatados pelo helicóptero da Força Aérea Portuguesa ao largo dos Açores.
Podemos ver o barco da Cheminées Poujoulat, um 60 IMOCA, cheio de água. Inicialmente pensou-se na perda total, mas foi possível rebocar até á ilha Terceira.


Volvo Ocean Race
O Abu Dhabi partiu o mastro com apenas seis horas de regata. Acabou por desistir da primeira perna, regressando á regata para a segunda a partir de Cape Town.


Jacques Vabre
Chegada do Akenas Vérandas, mais um 60 IMOCA, a Sables-d'Olonne, seu porto de abrigo. Partiu um vau e consequentemente o mastro.


Volvo Ocean Race
O Sanya com graves problemas no casco do VO70, deslaminagem, podemos ver nesta foto um dos tripulantes numa operação de inspecção com água pelo joelho...
Mais uma desistência da primeira perna, a retomar a regata em Cape Town.


Jacques Vabre
O Prince de Bretagne, um trimaran Multi50, partiu a estructura de fixação do casco de bombordo. O seu skipper, Lionel Lemonchios, consegui manter no lugar com a ajuda de um brandal até chegar a porto seguro em La Coruña.


Este arranque negro para estas duas regatas salda-se com um total de 13 desistências. Das quais ainda a salientar a perda da quilha num Class 40 da Iniciatives Alex Oliviers (Jacques Vabre) que, graças á habilidade da sua tripulação e apoio em mar de um rebocador, conseguiu chegar ao porto.

Pé de Vento - Volvo Ocean Race

É onde anda o Pé de Vento :-) Doldrums! Action, that what we need....


Volvo Ocean Race

Volvo Ocean Race

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pé de Vento - Info 15/11/2011



Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.

A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

Ando a ler parte da obra da Sophia de Mello Breyner Andresen e achei por bem hoje começar com uma evocação ao mar com um poema dela.

Singradura - acto ou efeito de singrar. Rumo, por onde se singra. Espaço que se percorreu num dia, singrando.

Não sei os leitores se aperceberam ontem, mas o Pé de Vento bateu o seu recorde de singradura ao percorrer 188,231 milhas náuticas em 24 horas. Belo andamento levam os nossos rapazes.
Claro que o parasail tem ajudado neste desempenho. Manteve-se no ar até cerca das 02:00. Teve que ser recolhido devido ao excesso de vento que se fez sentir. Pela manhã voltou de novo a subir e com o pano todo no ar, o barco voltou a planar!
A boa disposição reina a bordo. As tarefas de higiene e limpeza continuam á desgarrada, se um faz a barba, o outro vai lavar os dentes, se um corta as unhas, o outro limpa os ouvidos... 
Tem sido um prazer falar com estes dois grandes amigos e fico muito satisfeito por os ver tão animados e poderem beberem ao máximo desta experiência inesquecível.
Sei que durante o dia conseguiram, ambos (não ao mesmo tempo... também era melhor rsrsrs) fazer umas belas sestas, recuperando de alguma forma a frescura atingida por algumas noites mal dormidas.
As refeições continuam a desenrolar-se a bom ritmo. Foi servida uma feijoada de carne seca com arroz branco e enchidos tradicionais para o almoço, seguindo-se ao jantar,mais ligeiro, uns fusilli aux champignon, regado com um belo tinto da nossa terra.
A embarcação aligeira-se do seu excessivo peso com o passar do tempo. É bom com a meteorologia que se avizinha, ausência de vento.
Acertos de rumo continuam a ser feitos no sentido de trocar as voltas a todos os querem ir esperar os rapazes a Cabo Verde e ver quem chega primeiro!
O ultimo registo de rasteio é das 21:20.
Até esta hora foram percorridas no dia de hoje cerca de 146 milhas náuticas e um total desde Luanda de 1.524.







Regata Luanda / Lobito - 11/11/2011


Teve lugar no passado dia 11 de Novembro a regata Luanda / Lobito, organizada pela Associação de Barcos de Cruzeiro à Vela(ABC), com o apoio do Clube Naval de Luanda e do Lobito Sports Clube - Ferrovia, enquadrada nas comemoração do dia da Independencia Nacional de Angola.
Saldou-se por um número reduzido de participantes, de salientar a falta do Vega Uno (o seu armador a participar numa outra aventura em duas rodas, Luanda / Porto), o Uanga, Ventosga (ex-Tuiga) e claro está o Pé de Vento.
Uma regata dura pela falta de vento, tornando-se numa clara prova de resistência para todas as tripulações.
O Cisco acabou por desistir cedo ainda perto do Kwanza ligado o motor. A decisão acabou se prender por razões pessoais, a tripulação tinha compromissos profissionais, não podendo chegar muito tarde ao Lobito.
Já perto do Lobito, e pelas mesmas razões, tivemos uma outra desistência, o Dolce Vita que acabou por accionar o famoso vento de porão....
O Sonho mostrou o seu potencial de regateiro com uma clara vitória, seguido do Adriana e do Guimar.
Vamos ver como irá correr o proximo fim-de-semana com o regresso, em regata, da frota para Luanda.
Abaixo as classificações e tempos.

Pé de Vento - Info 14/11/2011


Pois o dia de hoje, para recuperar o tempo perdido na captura do peixe de ontem, e porque o tempo assim o permitiu, foi lançada a arma secreta... Parasail no ar e conseguimos uma estonteante média de 8 nós! Gentilmente cedido pelo Comandante Helder Brito (Dolce Vita).
Pelo que me foi dito, de fácil manobra e muito eficaz no vento, esta vela sobe a proa dando uma excelente estabilidade e incremento de velocidade á embarcação sem qualquer esforço nem tão pouco riscos de adornar, pois esta tem a particularidade pelo seu formato (o rasgão central) de se auto ajustar. Uma boa aposta em longos bordos como estão a fazer neste momento.
O dia a bordo foi recheado de actividade. Grandes limpezas, quer dentro, quer fora. O amanhar um peixe com um metro e meio no poço do Pé de Vento deixa muita porcaria...
Neste euforia de limpezas, segui-se a roupa. Cada um lavou a sua, hehe!
Para o almoço bisaram os filetes desta vez preparados  na frigideira com vinho e acompanhado de arroz. O jantar foi sopa de lagosta (pacote) reforçada ainda com o mesmo peixe e massa. Parece-me bem!
Ainda há bastantes frescos a bordo, pelo a fruta ainda se mantém uma constante na dieta diária.
A tripulação mantém um moral muito elevado, encontram-se bem.
Como podem verificar pela imagem abaixo começa-se a notar de uma forma mais acentuada a correcção da rota de que falei ontem, inflectem para norte.
O ultimo registo de rasteio de hoje é das 23:31.
Até esta hora foram percorridas no dia de hoje 188,231 milhas náuticas e um total desde Luanda de 1.378,35.