quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Energia a bordo.


Aqui está uma alternativa diferente da que costumamos encontrar no mercado.
Com aplicação em embarcações.
Um se não, alimentada a cartuchos do fabricante, proprietários. Não se encontra disponível em todo o mundo.

Efoy - Energy for You

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brutal!

Zumaia, País Basco, 27/10/2008, entrada na barra deste porto espanhol de um Océanis 46. Felizmente tudo acabou em bem !!!!
Zumaia, País Basco!

Homem ao Mar


A queda de homem ao mar representa 70% das causas de morte na vela de recreio!



A maioria dos homens recuperados depois de caírem ao mar, tem a braguilha aberta......



A que momento do dia acontece a queda de homem ao mar?

O mais propicio para acidentes é no meio da noite pelas 0400, por falta de atenção, consequente da sonolência. O sinal de aviso é uma sensação de frio interior do corpo. Na verdade quando o organismo necessita de dormir baixa a temperatura do corpo.
O mesmo fenómeno psicológico acontece ao inicio da tarde, sobretudo se dormiu pouco ou mal na noite anterior.
Para um tripulante com cansaço acumulado e/ou acordado no momento mais favorável do sono, a madrugada pode ser o momento mais perigoso, sobretudo a hora mais fria, logo após o nascer do sol.
Todo o tripulante que fique mais de 36 horas sem dormir, tem as suas capacidades reduzidas a metade.

O que provoca a queda de homem ao mar?

O risco é permanente!

A queda acontece com mais frequência:
- nas manobras de spi;
- a risar velas (nada pior que um deck escorregadio);
- mudança de genoa;
- quando a embarcação adorna em excesso por força de uma rajada com spi levantado.
Não hesitar em colocar rede na varandim, uma boa ajuda!

A fadiga provocada pelo frio é outra das causas principais para a queda de homem ao mar.
50% das percas de calor tem lugar pela nuca e cabeça.
Os primeiro sintomas de hipotermia:
- frio nos pés e mãos (com este sinal, cobrir de imediato a cabeça com um gorro);
- arrepios acompanhados de bater de dentes;
- alguma confusão e má disposição anormal;
- lentidão nos movimentos.
A partir dos arrepios, este tripulante está sujeito a ter um acidente abordo, nomeadamente cair ao mar.
Ter em atenção que a navegar, a perda de temperatura do corpo consequente da combinação da temperatura do ar e da velocidade aparente do vento tem um efeito mais violento na perda de temperatura real do corpo. Podemos observar a tabela de equivalências anexa.


Quem são as vitimas do homem ao mar?

Este risco diz respeito a todos os que se encontram a bordo.

O risco é potenciado:
- tripulantes a sofrerem de enjoo (o skipper deve verificar que este(s) tripulante(s) tem o arnês bem colocado, como deve verificar PESSOALMENTE de que o cabo de segurança está devidamente fixado á linha de vida);
- tripulantes que no momento de sair do interior do veleiro sejam surpreendidos por um incidente inesperado.

Em que condições acontece a queda de homem ao mar?

Com mau tempo, mas também com bom tempo e mar chão.

A ter presente:
- que a manobra de recuperação fica extremamente difícil, mesmo com uma tripulação treinada, a partir dos 25 nós de vento e mar formado, quer dizer força 6;
- que com tempestade, igual ou superior a força 8, o homem ao mar não tem qualquer possibilidade de ser resgatado;
- o limite da possibilidade de resgate face ás condições de vento e de mar é estabelecido pela competência da tripulação.

O objectivo do treino e rotina da manobra de homem ao mar recuar ao máximo este limite, que uma vez ultrapassado ........

O que fazer  para prevenir a queda do homem ao mar?

A ver:
- deslocar-se no deck sempre do lado do vento;
- sistemas anti derrapantes aplicados no deck;
- solas das botas ou sapatos próprias para barco (anti derrapantes);
- pegas;
- verdugo;
- rede no varandim;
- brandais;
- arnês;
- cabo de segurança;
- linhas de vida;
- cabo ajustável de segurança para trabalho junto do mastro;

Outras medidas de prevenção no tripulante.
- usar casaco de cor viva, o vermelho é muito eficaz, com bandas refletoras. Nunca usar cores como o azul, verde, branco ou cinzento (a ter em consideração na aquisição vestuário);
- arnês;
- cabo de segurança;
- equipamento electrónico de MOB (Man OverBoard), tipo relógio ou outro. Basicamente, serve para georreferenciar electronicamente o homem ao mar;
- apito;
- espelho heliográfico;
- canivete;
- flash light..

Quando todas as prevenções são insuficientes e a queda acontece!

Ter sempre pronto para acionar:
- apito;
- lanterna de mão estanque;
- holofote, que aqui assume uma função de primeira linha, pelo que deve estar sempre em boas condições de funcionamento e na navegação noturna, sempre por perto;
- vara de homem ao mar com dispositivo anti deriva;
- conjunto de boia em ferradura, luz de emergência e retenida
- colete salva vidas.

Homem ao Mar VII
O que o homem que caiu ao mar deve fazer?

Logo de imediato deve gritar e usar o apito do colete para garantir que a bordo se aperceberam da queda.
Mergulhado na água do mar, o náufrago sofre um arrefecimento da temperatura do corpo.  O sangue reflui para os centros vitais (coração e pulmões) para conservar a sua temperatura nos valores normais.
Assim deve-se evitar os movimentos, mexendo-se o menos possível, evitando deste modo o aumento da circulação nos tecidos superficiais, que por sua vez arrefeceram o sangue conduzindo a um abaixamento da temperatura interna do corpo, levando á hipotermia .

Optando por este procedimento, imóvel, pode-se prolongar a vida significativamente, por exemplo três horas ao invés de duas, em água com uma temperatura de 15º C.
Quando cair ao mar, nunca nadar.
Se estiver com colete salva vidas, manter o corpo na posição fetal, chamada de “help”.


Se não tiver colete, alcançar a boia em ferradura, colocando-a á sua volta e tentar por o corpo o mais possível fora de água. Colocar as pernas dobradas, como na posição de help.

REGRA DE OURO: Colocar a nuca fora de água e protege-la do vento.

O homem no mar pode ser vitima de hipotermia:
- quer logo imediatamente, quer dizer vitima de sofreu de um choque térmico, provocado pela variação brusca da temperatura e/ou do stress da queda;
-  quer ao fim de alguns minutos, vitima de síncope , sempre devida a factores emocionais, temperatura e/ou cansaço, anunciada por comichão no corpo, fortes dores de cabeça, sensação de pernas pesadas e cãibras musculares.

Em qualquer um dos casos, após a síncope, segue-se o afogamento pelo bloquear da respiração logo que a cara fique submersa.
Mais uma vez, fica justificado o uso e abuso do colete salva vidas!

Devemos estar preparados para o facto de cair ao mar poder ser um traumatismos psicológico muito violento, ao ponto de inibir totalmente o instinto de sobrevivência, tendo como consequência um tripulante completamente passivo, nada fazendo para se salvar.

O que a tripulação deve fazer com um tripulante no mar?

Em todos os momentos que serão descritos e que se passarão num muito curto espaço de tempo, não será demais lembrar a calma de todos é o factor principal para o sucesso da operação.

O homem que se encontra no mar é retido à vida por três elos fundamentais:
- para manter o elo físico, a tripulação deve ser capaz de manter a embarcação perto do náufrago;
- elo visual, nunca perder de vista o náufrago;
- elo psicológico, parte da confiança do náufrago na capacidade da tripulação o resgatar.

ACÇÃO DA TESTEMUNHA

Quem testemunhar a queda de um tripulante ao mar, deve de imediato gritar “homem ao mar!”.
Para a testemunha da queda, o grito quer dizer:
- “vi um tripulante a cair ao mar”;
- “assim, fico encarregado de nunca perder o náufrago de vista, até que ele se encontre de novo a bordo” (perder de vista o náufrago, é perder o homem definitivamente no mar);
- “ficam todos avisados de que estou indisponível para participar em qualquer manobra da embarcação”, desta forma o comandante e restante tripulação concentram a sua atenção nas manobras de bordo.

A testemunha deve de imediato lançar a boia de ferradura (qualquer objecto flutuante como uma defensa, também serve) e se tiver uma "boia de marcação ou sinalizadora" o mais próximo possível do náufrago (sem acertar no náufrago!) e não perder nunca de vista a vítima.
Se for de dia, e o mar estiver bastante agitado, pode atirar para próximo do náufrago um dispositivo de fumo laranja, para facilitar a visualização da posição do náufrago.
Se for de noite lance também o facho luminoso (não se esqueça de ter colocado pilhas!) junto com a boia. Deve ligar de imediato o holofote, que deve estar, obrigatoriamente, disponível no cockpit. Deve manter o náufrago sempre iluminado.

ACÇÃO DA TRIPULAÇÃO

Ao mesmo tempo várias operações devem ser efectuadas simultaneamente dependendo do número de tripulantes a bordo:
- accionar o dispositivo electrónico no GPS ou similar de MOB (man over board);
- a tripulação deve ocupar os postos de manobra. É altura de diminuir a velocidade, folgando o pano ou mesmo recolhendo-o. Se estiver muito vento e tiver o balão içado solte-o para a água! Pode recolhê-lo mais tarde. Ligue o motor em ponto-morto;
- prepare um cabo, preferêncialmente flutuante, com uma laçada ou um nó no chicote para lançar à vítima;
- inicie a manobra de resgate mais adequada à situação;
- se a situação passar a uma operação de busca, içar de imediato a letra "O" do CIS (Código Internacional de Sinais) e difundir "MAYDAY" via VHF/MF.
- se as condições do mar permitirem, pode subir para a retranca junto ao mastro ou na cadeira de mastro, pois aumentará o campo de visão.

No caso do náufrago estar inconsciente e não poder colaborar, um dos tripulantes terá de saltar para a água (com colete e boia com retenida), e auxiliar no resgate do náufrago.

A próxima manobra será içar para bordo o acidentado, e quem tiver saltado para a água ...

MANOBRAS

Qualquer manobra de Homem ao Mar visa uma aproximação rápida ao náufrago e está dependente se se navega a motor ou à vela, do estado do mar e das condições meteorológicas.
É ao comandante que cabe a escolha mais adequada para cada situação. Mantenha-se sempre calmo para dominar correctamente a situação.
Qualquer confusão nesse momento pode fazer a diferença entre o sucesso e o desastre.

A MOTOR

Como vai a motor dê uma guinada para o bordo da queda para afastar a popa e evitar que o náufrago seja colhido pelos hélices.
A manobra é relativamente simples e se não tiver contacto visual com a vítima ou não conseguir encontrá-la, volte para trás pela esteira do barco. Ela mantém-se viva durante alguns minutos e o náufrago deverá estar perto dela. Neste caso pode usar a Manobra de Butakoff.
Aborde a vítima lenta e cuidadosamente por barlavento e de modo a que durante a operação o barco não se afaste com o vento da vítima. No caso de grande agitação marítima é preferível deixar a vítima do lado de barlavento para que o barco não caia para cima dela.
Quando estiver perto lance-lhe um cabo.


Deixe o náufrago a sotavento

Com muita ondulação e vento a manobra é sempre complicada pois a embarcação pode atingir com alguma violência o náufrago. Será preferível arrastar um cabo flutuante com uma boia na extremidade, e passar pela vítima a barlavento fazendo um pouco depois uma curva apertada para o lado em ficou a vítima. Esta deverá apanhar o cabo que passa ao lado dela.
Imobilize o barco e puxe o cabo para depois içar a vítima para bordo.
Esta é uma manobra idêntica à que os esquiadores usam para recuperar o esquiador com o cabo de reboque.
Tenha cuidado se for a arrastar cabos pela água para não os enrolar no hélice e agravar a situação.


Círculo apertado em torno da vítima

Curva ou Manobra de Butakoff, nesta manobra o leme é carregado até a embarcação se ter desviado 60º do rumo inicial, carregando-se nesse momento o leme todo até atingir o rumo inverso do inicial. Se a manobra for correctamente efectuada o navio regressa aproximadamente sobre o caminho que vinha percorrendo.
Esta manobra é recomendada para os casos em que o náufrago não está à vista, quer por o navio se ter afastado demasiado, quer por o acidente ter ocorrido de noite.







Curva de Butakoff


À VELA

Ligue o motor e mantenha-o em ponto-morto. Tenha em atenção a eventuais cabos na água!

À Popa - ao navegar à popa, continue no mesmo rumo por uns dois a três comprimentos. Depois passe a um largo e navegue aproximadamente outros três comprimentos. Agora deve virar por davante e ficará num rumo directo ao náufrago.
Quando estiver perto folgue o pano para imobilizar o barco.

À Bolina ou Largo - se estiver a navegar à bolina continue a sua orça durante mais uns dois a três comprimentos. Depois cambe rápidamente e orce em direcção ao náufrago de modo a que este fique a sotavento. Quando se aproximar deste folgue todo o pano e deixe-o bater. Quando estiver ao lado da vítima arreie o pano para que o barco não inicie a marcha.
Com vento muito forte não é aconselhável cambar, pois corre sérios riscos, como partir o mastro ou danificar o aparelho. Neste caso opte pela manobra «em oito».


Oito - esta técnica, apesar de um pouco mais lenta, é mais segura com mau tempo ou com pouca tripulação. É a melhor alternativa à manobra anterior pois evita cambadelas que podem ser perigosas.
Altere o rumo de modo a receber o vento pela alheta. Ao cruzar uma linha imaginária que faz um ângulo de 90º entre o náufrago e o vento vire por davante e arribe. Siga nesse rumo até que possa orçar até à vítima. Folgue o pano quando chegar próximo dela.
Para ajudar a orça, pode usar o motor!
Folgue depois o pano quando se aproximar da vítima.


Atenção: qualquer que seja o método usado, devemos ter em conta o abatimento provocado pelo vento ou pela corrente.

IÇAR A BORDO
Chega por fim a vez de içar o náufrago para bordo, caso ele não consiga subir para bordo pelos seus próprios meios, usando por exemplo uma escada (se tiver uns dois ou três degraus abaixo da linha de água será o ideal), ou, se o barco tiver uma, a plataforma à ré.
É uma operação já por si algo difícil, e se o náufrago não puder colaborar mais ainda.
Se tiver um bote auxiliar use-o como plataforma. O náufrago deve primeiro subir para bordo do bote e depois servindo-se deste, mais facilmente subirá para bordo.
Para facilitar podemos içar a vítima com a ajuda de uma adriça caçando-a com o molinete. Prenda a adriça à vítima (ex: ao arnez, alguns coletes têm pontos de fixação) de modo a não ferir e ice-a. Ajude puxando-a pelos sovacos com as costas viradas para o costado.
Também podemos usar outro método, que é o de pendurar o náufrago pelo argolão do colete através da escota da vela grande e com a retranca a fazer de pau de carga.
Ainda outra técnica é usar as velas. Se for com a grande, arrea-a soltando a testa por completo da calha, mas mantendo a esteira na retranca. Pode também prender uma vela mais pequena, como um estai, pela testa ao casco. A vela deve ser então atirada para a água de modo a poder colocar depois a vítima deitada por cima desta e paralela ao casco. Seguidamente ice lentamente a vela com a adriça pelo punha da pena, com o náufrago deitado como mostra a figura.


Se a vítima estiver ferida ou inconsciente poderá ser necessário que um tripulante salte para a água para ajudar. Depois da operação concluída não se esqueça que ainda pode ter o homem que foi ajudar dentro de água ...

Cuidados Médicos
Quando finalmente temos o náufrago a bordo, devemos analisar o seu estado físico. Pode ter caído resultante de uma cambadela da retranca, ter ficado demasiado tempo dentro de água, perdido a consciência, etc.
Uma vez o náufrago a bordo, dispa-o das roupas molhadas e troque por umas secas.
Envolva-o num cobertor, saco-cama ou manta térmica e coloque-o próximo de uma fonte de calor. Mantenha a cabeça quente.
A vítima necessita neste momento calor externo que não consegue gerar. Se necessário use o seu corpo para o aquecer!
Dê ao doente comida energética e bebidas quentes, não a escaldar, como chá ou cacau, que deve ingerir devagar. Nunca dê bebidas alcoólicas!
Controle a redução da pulsação e o ritmo respiratório.
Peça assistência médica o mais rapidamente possível.
Analise possíveis sinais de hipotermia:

No início
  • tiritar descontrolado
  • dificuldade em respirar

  • À medida que a temperatura desce
  • tiritar diminui
  • irritação e fala enrolada
  • razão desnexa
  • falta de coordenação muscular
  • abrandamento da pulsação
  • abrandamento da respiração
  • perca de consciência
  • arritmia cardíaca

Se tiver inconsciente e sinais de ter água no pulmões siga os procedimentos de reanimação. Depois de reanimado, e mesmo que aparente um bom estado de saúde, a vítima deve ser observada num hospital. Deve por isso dirigir-se para o porto de abrigo mais próximo.